A MINHA PAZ VOS DOU...
A palavra paz
no dicionário é traduzida como sendo um estado de calma ou tranquilidade, uma
ausência de perturbações e agitação. Dentro de cada pessoa existe o anseio por
esta paz, pois no propósito original de Deus desfrutávamos de paz com Ele e paz
interior, o que implica em paz relacional, ou seja, paz com os outros. Por
consequência da queda de Adão e Eva e a inauguração de uma natureza contaminada
pelo pecado, nos tornamos alienados desta paz, dando deste modo lugar ao ódio,
violência e todo tipo de perversidade que se enraízam dentro do coração humano.
Aquilo que Deus criou e viu que “era bom”, torna-se mau! Evidência disso é o
relato Bíblico do primeiro homicídio quando Caim, possuído pelo ciúme, arma um
emboscada para seu irmão Abel, e o assassina. (Gênesis 4:8)
Assim
percebemos que aquele ser que fora criado para ter o domínio de todas as
coisas, torna-se dominado pelo pecado e vencido pelas paixões e desejos de uma
natureza decaída. O Apóstolo Paulo afirma: "Não há nenhum justo, nem um sequer; não
há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus. Todos se desviaram,
tornaram-se juntamente inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nem um
sequer". "Suas gargantas são um túmulo aberto; com suas línguas enganam".
"Veneno de serpentes está em seus lábios". "Suas bocas estão
cheias de maldição e amargura". "Seus pés são ágeis para derramar
sangue; ruína e desgraça marcam os seus caminhos, e não conhecem o caminho da
paz". Romanos 3:10-17. Vivemos, portanto, em uma época de
ansiedades, medos e incertezas, e torna-se cada vez mais evidente que o homem é
a maior ameaça para a humanidade.
É indiscutível
que Deus tem pensamentos de paz para nossas vidas (Jeremias 29:11), pensamentos de paz para nossa família e pensamentos
de paz para nosso futuro. Por outro lado, estamos frequentemente em um ambiente
eclesiástico, em lugares pacíficos, participamos de retiros espirituais, cursos
que nos instruem como viver em paz com o cônjuge, ouvimos sermões lindos e
convincentes sobre paz, porém, muitas vezes, em nosso interior estamos
sucumbindo, atormentados pelas crises, pressões, ou até mesmo manifestações da
natureza depravada que nos impulsiona a fazer e pensar tudo aquilo que é fora
dos princípios Bíblicos. Conforme relatava o famoso pregador do século XIX
Charles Spurgeon: “Existe algo como uma besta selvagem dentro de cada um nós”.
A Bíblia nos
questiona em Tiago 4:1 - “De onde vem as guerras e contendas que
há entre vocês? Não vem das paixões que guerreiam DENTRO de vocês?” Assim
entendemos que a falta de paz que assombra nossas vidas, é causada por aquela
pessoa que vemos quando estamos na frente do espelho.
Estaremos prontos
a experimentar a paz de Deus, que excede todo entendimento, quando de fato
experimentarmos a paz com Deus. O primeiro passo, para torná-la real em nossas
vidas, é reconhecer que encontramos-nos completamente desconectados do Criador.
“Todos
pecaram e estão separados da glória de Deus”. (Romanos 3:23)
Jamais
existirá paz na vida de uma pessoa que se encontra alienada de Deus, por isso a
reconciliação é urgente. Esta, porém, não é baseada em nosso desempenho, em
tentar cumprir as obrigações cristãs, ou promover campanhas disfarçadas em
favor do próximo a fim de amenizar o sentimento de culpa que assola nossas
vidas. O próprio Deus teve a iniciativa: “Se quando éramos inimigos de Deus fomos
reconciliados com ele mediante a morte de seu Filho”. (Romanos 5:10a) Ele
mesmo enviou seu filho para sofrer o castigo que me traz a paz (Isaias 53:5);
estabelecendo assim a paz pelo seu sangue derramado na cruz. (Colossenses
1:20).
A paz que
experimentamos em Deus é muito além de uma doutrina, sentimento, ou um estado
de espírito. A paz que Deus nos deu é uma pessoa, Jesus Cristo; pois
Ele é a nossa paz. (Efésios 2:14).É maravilhoso saber que esta paz está
disponível a todos, independente de raça, posição social, formação acadêmica,
localização geográfica ou até mesmo perversidades passadas, desde que estejamos
dispostos a nos arrepender, e a restituirmos tudo aquilo que um dia tiramos de
outros em alguma ocasião, seja a paz, a dignidade, o respeito, a alegria ou
algum bem material. Por fim, basta-nos depositar nossa total confiança nAquele
que diz: “Deixo-lhes a paz; a minha paz vos dou”. João 14:27a
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